A organização da bienal de arte contemporânea 'Ano Zero', que vai ter a sua primeira edição em novembro de 2015, afirmou hoje que o evento tem capacidade para ganhar relevância internacional.
11 de Janeiro de 2015 | Por Lusa
"O orçamento [de 550 mil euros] é suficiente" para que a bienal se possa afirmar no panorama internacional, afirmou o diretor do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), Carlos Antunes, salientando que há a ambição de trazer nomes como Matt Mullican, artista norte-americano que já expôs no Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque, no Museu de Arte Moderna (MOMA) e na Galeria Nacional de Berlim.
A bienal, produzida pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, em parceria com a Universidade de Coimbra e com a Câmara de Coimbra, tem já um terço do orçamento angariado, avançou o diretor do CAPC, que falava hoje durante a apresentação da bienal, na Sala do Exame Privado, na Universidade de Coimbra.
"A classificação [da Universidade, Alta e Rua da Sofia como Património Mundial] é uma oportunidade única que Coimbra não pode desperdiçar", sublinhou Carlos Antunes, referindo que a bienal pretende convocar artistas contemporâneos nacionais e internacionais para "criarem diálogos" com os espaços classificados.
Porém, o evento não estará ligado exclusivamente a edifícios da zona classificada como Património Mundial, disse.
Para Carlos Antunes, a bienal pode ser uma forma de se "realinhar a cidade com as melhores práticas culturais do mundo", acrescentando que "algumas das peças [presentes na bienal] ficarão de forma permanente" na cidade.
O projeto vai ter como curadores Carlos Antunes, o antropólogo e poeta Luís Quintais e o artista plástico e professor do Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra Pedro Pousada.
Além da componente de artes plásticas, o Jazz ao Centro vai organizar a programação musical da bienal e a Casa da Esquina a programação para as artes cénicas.
O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, presente na apresentação, sublinhou que a iniciativa é uma forma "de ligar o erudito e o popular", esperando que esta seja "um elemento articulador de políticas, locais, regionais, nacionais e internacionais".
"A ambição não é fazer uma exposição que se esgote" em 2015, mas que se "mantenha, que se desenvolva e que se afirme" como "um evento de referência a nível europeu e mundial", realçou o reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, referindo que a bienal "é importante para Portugal", de forma a eliminar "o efeito aspirador das duas grandes cidades" e a que não se crie "um deserto no meio".
A apresentação da bienal 'Ano Zero' contou também com a presença do presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado.